Marco Lobo vê-se como um contador de histórias, à semelhança do seu avô, Pedro José Lobo. A publicação de uma biografia dessa figura lendária da história de Macau poderá estar entre os seus próximos projectos.

Ricardo Pinto:
No centro do seu mais recente romance, “Mesquita’s Reflections”, está Vicente Nicolau Mesquita, soldado macaense, figura controversa que atraiu Marco Lobo do mesmo modo que tantas outras personagens cravadas de defeito, mágoa e ousadia. Na mesma narrativa, a figura preponderante do antigo governador Ferreira do Amaral e as sucessivas tensões que enformaram uma cidade historicamente atravessada de elementos nefastos. A inspiração para a literatura, continua a buscá-la o autor nas raízes portuguesas, chinesas e escocesas, mas também no papel que a religião e a tecnologia desempenham nas sociedades subjugadas. Filho de Sir Roger Lobo, o escritor é também neto de Pedro José Lobo, figura incontornável na Macau do século XX, cujo vazio de produção biográfica poderá vir a contornar. Marco Lobo vai marcar presença na 7ª edição do Festival Rota das Letras. Uma oportunidade, assume, para alcançar leitores chineses e portugueses.
PONTO FINAL: O seu mais recente romance, cuja acção decorre na Macau do século XIX, tem o seu enfoque numa figura muito polarizante e controversa, um soldado do exército macaense, Vicente Nicolau Mesquita, encarado historicamente como um herói ou um vilão, dependendo da perspectiva. Como é que o descreve e o que o fez escrever sobre a sua vida?